Santa Maria é a única região a ter bandeira vermelha no RS

O cenário de apenas uma regional com risco epidemiológico alto já foi visto na primeira rodada do modelo, em maio

Em Santa Maria, foi observado o aumento de casos de internações de UTI por síndrome respiratória aguda grave, o que culminou na redução de leitos livres

Depois de uma rodada totalmente em bandeira laranja (risco epidemiológico médio), o mapa preliminar do Distanciamento Controlado volta a ter uma região em bandeira vermelha (risco epidemiológico alto). A 22ª rodada, cujo mapa preliminar foi divulgado nesta sexta-feira (2), traz a região Covid de Santa Maria em bandeira vermelha. Localizada no centro do Estado, a região está em cogestão e, na prática, pode adotar protocolos semelhantes aos das demais 20 áreas em laranja, com exceção do retorno às aulas. O mapa definitivo, que será divulgado após análise dos recursos pelo Gabinete de Crise, na tarde de segunda-feira (5), por meio de notícia publicada no site do governo estadual. A vigência das bandeiras da 22ª rodada começa à 0h de terça-feira (6) e se encerra às 23h59 de segunda-feira (12).

Em Santa Maria, foi observado, no último levantamento, o aumento de casos de internações de UTI por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), de 36 para 39, e por Covid-19, de 34 para 37, o que culminou na redução de leitos livres (tanto na variação como na razão de leitos livres por ocupados). Outro fator que fez com que a região ficasse em bandeira vermelha foi o aumento no número de óbitos (de 14 para 15 nas últimas duas semanas, aumento de 7%).

Em queda na semana passada, o número de novas hospitalizações no Rio Grande do Sul cresceu 6% nas últimas duas semanas, de 793 para 840. A quantidade de leitos livres, que também havia crescido, reduziu novamente – de 684 para 659 (4%). O número de óbitos ficou praticamente estável entre as duas últimas quintas-feiras, caindo de 273 para 272. Os percentuais que indicam o número de internados em UTI por SRAG, de internados em leitos clínicos e de internados em leitos de UTI, porém, diminuíram. Mesmo contabilizando os pacientes internados por outras causas, houve estabilidade no número de leitos de UTI ocupados. No entanto, a redução no número total de leitos de UTI se traduziu em leve queda na razão de leitos livres para cada ocupado por Covid-19.

O cenário de apenas uma região em bandeira vermelha já foi visto na primeira rodada do modelo, cuja vigência foi de 11 a 17 de maio. Na ocasião, apenas a região de Lajeado foi classificada em vermelho, mas seis regiões (Uruguaiana, Santa Rosa, Ijuí, Taquara, Bagé e Cachoeira do Sul) estavam na bandeira amarela (risco epidemiológico baixo). Desde a oitava rodada, entre os dias 30 de junho a 6 de julho, o Rio Grande do Sul não apresenta bandeira amarela.

Alertas
A equipe que monitora o modelo atenta para o elevado crescimento de novos registros de hospitalizações por Covid-19 nos últimos sete dias nas regiões de Uruguaiana, Santa Rosa, Cruz Alta, Caxias do Sul, Porto Alegre, Santo Ângelo, Canoas e Capão da Canoa. As regiões com maior número de novos registros de hospitalizações nos últimos sete dias, por local de residência do paciente, são Porto Alegre (280), Caxias do Sul (90), Canoas (62), Passo Fundo (54), Santa Maria (51) e Novo Hamburgo (48).

Conforme o mapa preliminar da 22ª rodada, apenas 32 municípios (do total de 497) estão classificados em bandeira vermelha, somando 551.963 habitantes, o que corresponde a 4,9% da população gaúcha (total de 11,3 milhões de habitantes). Desses, 17 municípios (87.975 habitantes, 0,8% do RS) podem adotar protocolos de bandeira laranja, porque cumprem os critérios da Regra 0-0, ou seja, não têm registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias, desde que a prefeitura crie um regulamento local. A título de informação, dos 465 municípios (10.777.642 habitantes) em bandeira laranja, 243 (11,1%, 1.256.107 habitantes) não apresentaram hospitalizações e óbitos nos últimos 14 dias.

Principais dados da 22ª rodada
– número de novos registros semanais de hospitalizações confirmadas com Covid-19 aumentou 6% entre as duas últimas semanas (de 793 para 840);
– número de internados em UTI por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) reduziu 1% no Estado entre as duas últimas quintas-feiras (de 806 para 798);
– número de internados em leitos clínicos com Covid-19 no RS reduziu 4% entre as duas últimas quintas-feiras (de 688 para 659);
– número de internados em leitos de UTI com Covid-19 reduziu 2% entre as duas últimas quintas-feiras (de 658 para 644);
– número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid-19 reduziu 4% entre as duas últimas quintas-feiras (de 684 para 659);
– número de casos ativos reduziu 6% entre as duas últimas semanas (de 9.805 para 9.204);
– número de óbitos por Covid-19 ficou praticamente estável entre as duas últimas quintas-feiras (de 273 para 272).

By João Castelano

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